ESCOLA BOSQUE PROMOVE 15ª EDIÇÃO DOS JOGOS DA FLORESTA

São três dias de competições em diversas modalidades esportivas que envolvem brincadeiras tradicionais e modalidades olímpicas numa relação que envolve a cultura e a integração com a natureza

arte jogos imagem 2

Os Jogos da Floresta é um projeto desenvolvido pela Escola Bosque do Amapá – Módulo Regional do Bailique, que visa desenvolver atividades pedagógicas interdisciplinares tendo como eixo norteador as práticas esportivas, a educação e a interação entre professores, alunos, funcionários e comunidade.

O projeto foi criado no ano de 2000 e abrange três dias de competições. Este ano os jogos estão sendo realizados desde ontem (19) e se prolongarão até o dia 21 de novembro e contarão com a participação de todos os alunos regularmente matriculados na Escola Bosque e que estejam aptos a participarem do projeto conforme preconiza o regulamento dos jogos.

Além de modalidades olímpicas, os Jogos da Floresta contemplarão modalidades tradicionais voltadas para a realidade local e valorização da cultura bailiquiense. As competições serão disputadas por equipes formadas pelas diversas turmas que compõem a Escola Bosque. Algumas equipes serão formadas por mais de uma turma, respeitando a modalidade, a série e a faixa etária dos alunos. Ao todo, 25 equipes participarão dos jogos. E cada equipe será coordenada por um ou mais professores da instituição.

O projeto é coordenado pelos pedagogos Christian Sarges e Rosilene Queiroz. A organização dos jogos ficará sob a responsabilidade dos professores de Educação Física da instituição: Glauber Byanck, Mayara Almeida, Raquel Rodrigues e Bruno Rafael. No entanto, toda a equipe da Escola Bosque, envolvendo o corpo administrativo, técnicos, professores, pessoal de apoio e barqueiros terão papel fundamental na realização dos jogos.

Este ano o projeto trás como tema “Os fenômenos da natureza”. Por isso as equipes terão suas denominações voltadas para os fenômenos naturais, como listagem abaixo:

– Terremoto;

– Tromba D’agua;

– Maremoto;

– Equinócio;

– Ciclone;

– Aurora Boreal;

– Eclipse Solar;

– Pororoca;

– Tornado;

– Furacão;

– Onda;

– Raio;

– Correnteza;

– Tempestade;

– Eclipse Lunar;

– Crepúsculo;

– Relâmpago;

– Vulcão;

– Lançante;

– Tsunami;

– Arco-íris;

– Vendaval;

– Tufão;

– Trovão; e

– Sismo

As modalidades esportivas que estão sendo disputadas nos Jogos da Floresta estão divididas em modalidades coletivas e individuais, conforme relação abaixo:

MODALIDADES COLETIVAS:

– Futebol (Masculino e Feminino);

– Voleibol (Masculino e Feminino);

– Queimada (Feminino);

– Cabo de Guerra (Masculino e Feminino);

– Corrida de Saco (Mista);

– Corrida de Tora (Masculino e Feminino);

– Revezamento de Subida em Açaizeiro (Masculino e Feminino);

– Futebol Digital (Mista);

MODALIDADES INDIVIDUAIS:

– Salto em Distância Masculino e Feminino;

– Lançamento de Vara Masculino e Feminino.

 

Boa sorte a todos os nossos atletas!

ESCOLA BOSQUE PARTICIPA DE DESFILE CÍVICO NO BAILIQUE

Corpo docente, técnico e administrativo durante a concentração da Escola antes do desfile na Arena de Vila Progresso
Corpo docente, técnico e administrativo durante a concentração da Escola antes do desfile na Arena de Vila Progresso

A Escola Bosque do Amapá – Módulo Regional do Bailique participou do Desfile Cívico realizado no último dia 30 de setembro pela Escola Municipal Vila Progresso. O evento marcou a 2ª edição do Projeto Folcloreando na Independência que tem como objetivo despertar o espírito cívico nos alunos e promover o resgate cultural da região. Ao todo, quatro escolas participaram do desfile que ocorreu na Arena de Vila progresso. Além da escola anfitriã, EMEF Vila Progresso que abriu o evento, as escolas municipais de Jaranduba e Rosa de Saron também participaram da programação. A Escola Bosque fechou o desfile trazendo o município de Cutias do Araguari como temática, além de abordar os principais projetos desenvolvidos pela instituição.
O evento teve início às 18h com a execução dos hinos brasileiro, do Amapá e da cidade de Macapá. A Banda da Guarda Civil do Município de Macapá acompanhou a execução dos hinos e também o desfile das quatro escolas participantes do evento. Além do desfile, a programação teve ainda a Dança do Marabaixo, realizada pelos alunos da EMEF Vila progresso e a Dança do Boi-Bumbá trazida pela Escola Bosque.
Comandada pelo Diretor Adjunto Helton Teixeira e pela Secretária Escolar Danila Figueiredo a escola levou mais de cem alunos para a arena, além dos professores e coordenadores pedagógicos. Fazendo um desfile tecnicamente perfeito, a Escola Bosque contagiou o público que lotou as arquibancadas para assistir ao desfile.

ESCOLA BOSQUE É BENEFICIADA COM ALIMENTOS DO PPA

Foram quase vinte mil reais na compra de mais de quatro toneladas de alimentos distribuídos gratuitamente às escolas bailiquienses

Produtores do Bailique chegando à Escola Bosque para a Feira do PAA
Produtores do Bailique chegando à Escola Bosque para a Feira do PAA

A feira do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar aconteceu na Escola Bosque do Amapá – Módulo Regional do Bailique, no último dia 29. O evento foi promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá – RURAP, em parceria com a Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social – SIMS. Na oportunidade foi feito o recebimento dos alimentos dos produtores e entregues às entidades beneficiadas.

Produtores e colaboradores carregando seus produtos para a Feira do PAA
Produtores e colaboradores carregando seus produtos para a Feira do PAA

O PAA é uma ação do Governo Federal, coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). É também deste ministério e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que vem o recurso para investimento no programa. Entre os principais objetivos do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA estão: fortalecer a agricultura familiar; fortalecer circuitos locais e regionais e também as redes de comercialização; valorizar a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica de alimentos; incentivar hábitos alimentares saudáveis; e estimular a organização dos agricultores familiares em cooperativas e associações.

20150929_091852

Para execução do PAA, o governo conta com a participação dos municípios, estados e CONAB. No caso do Governo do Estado do Amapá, o programa é executado pela SIMS em parceria com outros órgãos governamentais. De acordo com Aldineia Brazão, Educadora Social da SIMS, o papel desta secretaria é de mapear as entidades que estão dentro dos critérios do programa. Para estar apta a ser beneficiária do PAA, a entidade precisa desenvolver algum tipo de trabalho social voltado ao atendimento de crianças, adolescentes ou idosos e que ofereça algum tipo de alimentação a esse público. Feito isso, as entidades são encaminhadas para o Instituto de Desenvolvimento Rural – RURAP, para serem cadastradas no sistema. No caso do Bailique, apenas as escolas estão cadastradas no programa. São 15 ao todo, sendo 12 estaduais e 3 municipais.

Produtos saudáveis e regionalizados do PAA servidos na merenda escolar

De acordo com os dados da SIMS, no Bailique existem 13 produtores aptos a venderem seus produtos para o PAA. Para vender ao PAA, o agricultor deve possuir a DAP – Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Agricultura Familiar – PRONAF, instrumento que qualifica a família como da agricultura familiar. Elpídio Soares (72), produtor da Comunidade de Itamatatuba e cadastrado no programa há mais de três anos, comemora a volta do programa com grandes expectativas. Ele diz que o programa estava parado há mais de dois anos e que apesar do programa ainda comprar poucas quantidades de alimentos, ele ajuda muito no escoamento da sua produção. De acordo com o Decreto nº 8.293/2014, cada agricultor individualmente pode vender ao PAA até R$ 6.500,00, através da modalidade de doação simultânea que é a modalidade desenvolvida no Bailique.

20150929_103831Ainda segundo o produtor Elpídio Soares, “o bom do programa é que a gente vende por quilo e isso aumenta o valor do produto e a gente recebe diretamente no Banco”. Os recursos para pagamento dos produtores são repassados diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento Social – MDS ao agricultor familiar individual. O estado apenas indica para o MDS quais os agricultores familiares que vendem seus produtos para o PAA, e o MDS faz o pagamento diretamente ao agricultor familiar individual.

20150929_103848Pelos dados da SIMS, na feira realizada no Arquipélago do Bailique, foram adquiridos 17 tipos diferentes de alimentos. São produtos agrícolas, hortaliças, peixes e galinhas caipiras. Um negócio que movimentou quase 20 mil reais na compra de mais de quatro toneladas de alimentos. Foram 15 escolas contempladas com alimentos regionalizados e saudáveis para serem servidos gratuitamente aos alunos. A Diretora da Escola Bosque do Amapá, Maria do Socorro Régis, que recebeu quase nove mil reais em alimentos disse que a merenda do PAA veio em boa hora, porque é um alimento saudável e que não gera nenhum custo para a escola.

Para o representante do setor agrícola do Rurap no Bailique, Erasmo Mendonça, um dos grandes problemas para o cadastro de agricultores ao PAA ainda é a questão da padronização dos alimentos. “Os agricultores precisam entender que não dá para vender os produtos de qualquer jeito. A qualidade tem que verificada. E esse é o papel do Rurap na região”. Erasmo garantiu a continuidade das feiras do PAA, uma vez por mês, até o final do ano no Arquipélago do Bailique.

ESCOLA BOSQUE CELEBRA O FOLCLORE AMAZÔNICO

Festas populares, rituais religiosos, peças teatrais, músicas regionais, foram algumas das atrações da XV edição do Projeto Folclore: Diversidade Cultural no Meio da Floresta

CAPA PROJETO FOLCLORE 2

O evento ocorreu no sábado (26) na área da Escola Bosque do Amapá – Módulo Regional do Bailique e marcou a culminância do Projeto Folclore: Diversidade Cultural no Meio da Floresta que neste ano veio abordando a temática Diversidade Cultural Amazônica, com destaque para os estado do Amapá, Pará, Amazonas e Roraima. Centenas de pessoas prestigiaram o evento que contou com a exposição e apresentação de trabalhos de alunos e professores, desenvolvidos durante a execução do projeto realizada nos meses de agosto e setembro. Também houve a apresentação de músicas, danças e peças teatrais e venda de comidas típicas.

Apresentação do Boi Bumbá de Parintins - Alunos encenaram a histórica disputa entre os bois Caprichoso e Garantido
Apresentação do Boi Bumbá de Parintins – Alunos encenaram a histórica disputa entre os bois Caprichoso e Garantido

Como foi organizado o projeto:

Para organizar um evento do porte do Festival Folclórico da Escola Bosque é necessário bastante pessoal, estrutura física e orçamentária e muito planejamento. E foram das incansáveis reuniões pedagógicas e administrativas que surgiram a temática e o esboço da estrutura física para o projeto deste ano.

Rabisco contendo as ideias iniciais da construção da Arena Cultural Amazônica
Rabisco contendo as ideias iniciais da construção da Arena Cultural Amazônica
Planta da Arena Cultural Amazônica devidamente estruturada
Planta da Arena Cultural Amazônica devidamente estruturada

O espaço físico destinado à culminância do Projeto também foi arquitetado em reunião. E foram dos rabiscos ou garranchos que foram surgindo as ideias iniciais até serem transformados na planta do lugar que mais tarde se tornaria a Arena Cultural Amazônica. Tudo foi muito bem pensado para que os custos não ultrapassassem o orçamento disponível para o evento. Por isso, os recursos naturais da floresta foram tão explorados. Com a coordenação dos professores e técnicos pedagógicos, a cidade foi ganhando forma pelas mãos dos alunos. Foi uma forma de colocar em prática todo o conhecimento teórico vivenciado em sala de aula.

Grupo de alunos planejando a construção da Casa do Seringueiro
Enquanto isso os alunos aguardam as orientações para a construção da Casa do Seringueiro
Professores Edivilson e Lucas trocando ideias com o Coordenador Pedagógico Jean
Professores Edivilson e Lucas trocando ideias com o Coordenador Pedagógico Jean

Paralelamente à construção da cidade cultural, outro grupo de alunos cuidava de organizar as peças culturais e folclóricas para exposição. Pinturas e desenhos da cultura indígena e afro-brasileira foram destaque nas peças e utensílios apresentados.

Alunas utilizando o grafismo indígena nas peças artesanais
Alunas utilizando o grafismo indígena nas peças artesanais
Grupo de alunos pintando os mastros usados nos rituais indígenas
Grupo de alunos pintando os mastros usados nos rituais indígenas

Nesse período também foram realizados os ensaios para as apresentações de rituais, danças e peças teatrais. Cada grupo, com seus professores-coordenadores organizava um espaço alternativo e isolado para essa tarefa. O objetivo era manter a apresentação em segredo, longe dos olhos do público. Teve grupo que ensaiava à noite, depois que toda a escola se silenciava. Mas também houve grupo que não se preocupou em esconder a apresentação. Ensaiava ali mesmo, na arena de apresentações, sob o olhar curioso do público que todas as tardes lotava a arquibancada.

Ensaio da Apresentação da Dança do Boi Bumbá de Parintins
Ensaio da Apresentação da Dança do Boi Bumbá de Parintins
Professoras Kátia e Iracilda exibindo as peças de artesanato expostas no evento
Professoras Kátia e Iracilda exibindo as peças de artesanato expostas no evento

Enquanto isso, o corpo administrativo comando pela Diretora Maria do Socorro Régis, cuidava da organização da estrutura física para o evento. Manutenção das pontes, capina da área da escola, instalações elétricas, sonorização e segurança foram algumas das preocupações da Escola. Mas tudo ocorreu conforme o planejamento.

Preparação do cenário com a presença da Cobra Grande
Preparação do cenário com a presença da Cobra Grande
Pinturas e peças de artesanato em exposição
Pinturas e peças de artesanato em exposição

O evento iniciou-se às 17:30hs e encerrou-se às 23:00hs, dentro dos limites previstos para as programações escolares. Estavam presentes os convidados, pais de alunos e toda a comunidade escolar. Dentre o nosso público, o que mais chamou a atenção foi a presença de famílias inteiras prestigiando o evento. As crianças deram um brilho a mais ao festival, visitando os estandes e assistindo as apresentações. Isso é prova de que o resgate cultural é assunto de interesse dos pequeninos também.

Durante as apresentações também foi marcante a presença de pais de alunos e funcionários da escola como personagens das peças teatrais ou como figurantes. Além disso, a encenação de professores e alunos contracenando juntos marcou o imaginário de quem esteve ali assistindo. Foi um verdadeiro espetáculo a céu aberto. Um evento mágico que teve a floresta e o Rio Marinheiro como cenário e uma equipe de atores e atrizes vivenciando os diferentes papeis desempenhados pelos personagens amazônicos ao longo do tempo, como o ribeirinho, o indígena e o castanheiro.

Utensílios usados pelos ribeirinhos para as atividades diárias
Utensílios usados pelos ribeirinhos para as atividades diárias

20150926_155826

Os temas vinham da fantasia, do mito, mas ali na arena ganharam contornos regionais e bem reais. Um espetáculo que emocionou e fez muita gente vibrar e viajar no tempo. A performance dos atores, apresentadores, bailarinos, cantadores fez com que o público não arredasse o pé. Acompanhavam os atores correndo de um lado para o outro da arena e permaneceram ali até o final da última apresentação.Um espetáculo que marcou a história cultural do Arquipélago do Bailique e deixou um gostinho de quero mais.

Encenação do Círio de Nazaré com alunos, funcionários e pais de alunos
Encenação do Círio de Nazaré com alunos, funcionários e pais de alunos
Encenação da Lenda do Boto entre professores e alunos
Encenação da Lenda do Boto entre professores e alunos

VEM AÍ, O MAIOR EVENTO CULTURAL DO BAILIQUE!

É a XV edição do Projeto Folclore da Escola Bosque do Amapá – Módulo Regional, que neste ano vem abordando a temática: A diversidade cultural dos estados do Amapá, Pará, Amazonas e Roraima. A culminância ocorrerá no dia 26 de setembro, com início às 17 horas, na área da Escola.

O evento será aberto ao público em geral e terá uma programação bastante variada: músicas regionais, venda de comidas típicas, apresentação de danças e peças teatrais, exposição de artesanatos e uma infinidade de trabalhos produzidos pelos anos durante a execução do projeto.

Conhecendo o projeto

 

O Projeto Folclore: Diversidade Cultural no Meio da Floresta é uma ação integrante do Projeto Político Pedagógico da Escola Bosque do Amapá – Módulo Regional do Bailique e incorporado ao calendário escolar anual da instituição. Desenvolvido no segundo semestre, o projeto tem como objetivo pesquisar, socializar e divulgar a cultura de diferentes povos, sejam eles locais, regionais, nacionais ou internacionais. Desta forma, o projeto surge como um tema transversal que engloba todas as áreas do conhecimento. Cada uma buscando contribuir com o tema geral dentro de suas especificidades, de modo que o aluno possa obter um conhecimento integral do tema abordado e consiga socializar e fazer uso desse conhecimento junto a sua realidade local.

O projeto é desenvolvido no recinto da escola nos horários normais de aula. O tema a ser trabalhado em cada ano é escolhido pelo corpo pedagógico da escola em conjunto com o corpo administrativo e docente. A filosofia do projeto é entender o folclore para além de sua perspectiva fantasiosa e estática. Por isso, as atividades procuram resgatar um passado histórico, não como um fim em si mesmo, mas também para a compreensão da conjuntura atual, perspectivas futuras e reflexão dos diferentes saberes e a contribuição que esses saberes tiveram e têm diante das antigas, atuais e futuras gerações. Pois, como prima o Projeto Político Pedagógico da Escola Bosque, o saber acumulado historicamente assume importância e significado a partir do momento que pode ser utilizado no cotidiano e para compreender a realidade.

Ao final do período de desenvolvimento do projeto que resulta em pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica, entrevistas, aulas expositivas e produção de material relacionado ao tema, a escola desenvolve a culminância do projeto. É o momento da socialização do conhecimento através do material produzido pelos alunos a toda comunidade bailiquiense. São peças teatrais, danças, desfiles, entre outras atividades.

PARTICIPE E PRESTIGIE O TRABALHO DOS NOSSOS ALUNOS!

ESCOLA PROMOVE ENCONTRO DE PRODUTORES DO ARQUIPÉLAGO DO BAILIQUE

20150314_112728

NO EVENTO FORAM DISCUTIDOS OS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELO SETOR AGRÍCOLA NA REGIÃO VISANDO A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O BAILIQUE

O encontro foi realizado no último dia 14 de março no Arquipélago do Bailique. Um distrito macapaense, distante cerca de 150 km da capital do Amapá. O evento foi promovido pela Escola Bosque em conjunto com a representação local do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá – RURAP e contou com a presença de Osvaldo Hélio, Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural – SDR. Estiveram presentes produtores agropecuários, líderes comunitários, professores e pais de alunos. Na oportunidade, foram discutidos os problemas enfrentados pelo setor e os projetos e processos que podem ser desenvolvidos na região para beneficiar os produtores locais.

O encontro serviu também para oficializar a posse do representante do setor agrícola no Bailique, Erasmo Mendonça, que assumirá a Unidade de Desenvolvimento Local – UDL, um órgão ligado a SDR e que terá como atribuição encaminhar as demandas do setor agrícola para os órgãos vinculados do Estado. Também foi feita a apresentação da Professora Socorro Régis que, depois de quatro anos, volta a assumir a direção da Escola Boque – Módulo Regional do Bailique.

Os produtores aproveitaram a presença do Secretário Osvaldo Hélio para expor as dificuldades que enfrentam na produção, escoamento e comercialização de seus produtos. Edimauro Lopes (45), presidente da Associação de Moradores e Produtores da Comunidade do Arraiol – AMCAB, acredita que o maior entrave do setor agrícola no Bailique diz respeito a escoação da produção, o que acaba facilitando a entrada dos atravessadores no processo de comercialização, prejudicando o processo de comercialização. “Hoje, mesmo que você venda parte da produção para as escolas, ainda assim, vai faltar mercado para a quantidade de produtos que é produzido. E o atravessador que é quem compra de nós só compra quando ele está tendo grande lucro. Quando não dá lucro suficiente pra ele, ele para de comprar”.

Garibalde Barbosa (47), morador da Comunidade do Jaranduba, também concorda que o setor está nas mãos dos atravessadores: “o que está acontecendo hoje é que os atravessadores que vem aqui comprar os nossos produtos estão ganhando muito dinheiro e quando a safra chega em seu melhor momento o preço cai e os atravessadores somem, deixando o produtor na mão sem ter o que fazer com o resto da produção da safra, que acaba se perdendo”. Para este produtor, o governo do estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural, precisa criar uma nova política baseada em critérios técnicos para organizar a produção agrícola do Arquipélago do Bailique.

Para o Secretário de Desenvolvimento Rural, Osvaldo Hélio, a questão do escoamento é apenas um dos problemas do setor agropecuário enfrentado pelo estado. “O agricultor produz e às vezes tem dificuldade de chegar ao mercado, por problemas do escoamento”. O secretário afirmou ainda que o processo de escoamento da produção agrícola no Amapá já tem pelo menos 25 anos. Só que este modelo apresenta um grande “gargalo” que é a falta de recursos para atender a demanda do estado inteiro em todas as suas especificidades. Ou seja, já existe uma sistemática implantada que precisa ser reformulada, replanejada para atender as atuais demandas do setor. O objetivo é fazer com que o agricultor comercialize seus produtos diretamente para o consumidor, aumentando sua renda e oferecendo um produto mais barato e de qualidade. “Nós temos que repensar essa política, nós temos que inovar. Pensar em processos diferentes para que o agricultor não fique prejudicado”. Para isso, as políticas públicas para o setor precisam estar vinculadas a diferentes órgãos. “O Governo não quer ver as políticas públicas sendo executadas de forma departamentalizada, mas sim de forma integrada”, afirma o secretário.

No que diz respeito à realidade bailiquiense, o secretário acredita que investir apenas na questão do escoamento pode não resolver o problema dos produtores locais. É preciso estimular o mercado local consumidor. Existe uma demanda interna capaz de absorver boa parte dessa produção. Daí a importância da efetivação dos Programas de aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Esses dois programas federais dispõem de recursos para a aquisição de alimentos diretamente dos produtores, através da agricultura familiar. Para o produtor Edimauro Lopes, tanto o PAA quanto o PNAE já foram desenvolvidos na região e beneficiaram muita gente. Só que atualmente os dois programas estão parados e precisam ser retomados.

De acordo com Garibalde Barbosa, o grande problema para acessar esses programas federais está na burocracia. O povo bailiquiense não possui conhecimento técnico e nem estrutura para atender as exigências que são impostas. Daí a necessidade da formação de uma equipe técnica que possa assessorar o agricultor na hora de aderir ao programa. Para Osvaldo Hélio, as dificuldades estão na própria esfera de governo, seja ela municipal, estadual ou até federal, que dificultam o entendimento e a execução dessas políticas. Para ter ideia, de acordo com a Lei Federal nº 11.947, é destinado 30% de todo o recurso do PNAE que a escola recebe do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE para aquisição de alimentos da agricultura familiar. No entanto, o Amapá só consegue executar 7% desse montante.

Por isso, a necessidade dos agentes públicos e técnicos em se apropriarem dessa política para destravar e fazer com que os projetos cheguem até os beneficiários que são os alunos e agricultores. Esse é o objetivo da criação da UDL. Ela foi criada para promover discussões, debates, encontros, e encontrar soluções para a política agrícola do Bailique. “Eu não vou vir de Macapá pra dizer o que o Bailique precisa. Certamente vocês daqui , da comunidade, tem conhecimento suficiente para nos informar e nos orientar. Nossa função enquanto gestor público é de apenas facilitar, é de apenas encaminhar o processo. Então esse é o nosso diálogo que a gente quer fazer aqui”.

Edimauro Lopes aprova o posicionamento do Secretário Osvaldo Hélio. Para o líder comunitário boas propostas as comunidades bailiquienses sempre tiveram. “O bailiquiense tem muita coisa boa como contrapartida para oferecer aos órgãos públicos e que os órgãos precisam de boas intenções para que as coisas realmente caminhem”. Edimauro realmente sabe do que está falando. Ele é presidente de uma associação de produtores que é referência na produção de alimentos no Bailique.

De toda forma, será necessário reorganizar a política de produção e escoamento de alimentos do Arquipélago do Bailique. “Se por um lado não compensa investir no escoamento de um produtor que tem que se deslocar até à capital para vender um cacho de banana ou um saco de farinha. Por outro lado, não podemos limitar a produção de uma pessoa só porque não temos como garantir o escoamento”, relata o Secretário Osvaldo Hélio. São essas situações que Erasmo Mendonça, através da UDL do Bailique, terá que enfrentar. Para tanto, ele pretende mapear todas as potencialidades da região para em seguida coordenar a reorganização da política de produção e comercialização de alimentos na região. “Na hora de fazer a roça, plantar, os agricultores trabalham juntos. Mas na hora de comercializar a produção cada um vai para um lado e negocia do seu jeito. E isso acaba enfraquecendo e desvalorizando o mercado”.